Mar em gotas no meu cais.
Navios sem destino, sem amarras.
Cavalos-marinhos tão sozinhos.
Ondas que me levam além de mim.
Sereias caladas, deitadas em frio.
Lamentos tristes de amor, gargantas
Mudas e em dor, sereias sem encantos,
Num canto qualquer daquela areia.
Estrelas-do-mar encolhidas.
Arraias cansadas e aflitas.
Desolação, solidão em meu olhar.
Onde começou a secar o meu mar?
Mistérios sem grandes enigmas.
Nada para um coração decifrar.
Não estou aqui ou lá.
Sento à beira de mim para chorar.
Lágrimas correndo em rio.
Olhar perdido no infinito.
Tantos danos em meus desenganos.
Tudo que me causa frio.
Em frente ao mar, (des)encontro.
Olhar perdido no infinito.
Nada sou salvo o que fito.
E vejo um mar para me afogar.
Silêncio selvagem e profundo
Em meu coração feito de espuma.
Mergulho em meu estranho mundo
E sou um mar de diáfanas plumas.
Em líquida delicadeza, uma maré.
Vazante sem peixe ou comida.
Algo desanda, minha cálida ferida.
Dentro do mar minha densa vida...
Karla Bardanza
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