Ela olhava com mistérios e degredo o corpo do amante sem dúvida, sem medo. E olhava sem ver porque para ela sentir era mais do que prazer. E nada via com os seus olhos fechados em lânguidez e alegria. Abraçada ao seu cais, queria muito mais. Queria o céu da boca e todos os sons e todos os sins eram seus enfim. E quanto mais ancorava naquele porto, mais sentia o seu corpo com velas içadas em madrugadas de contemplação e paz. Deitada nua para ele e para a lua, o mundo era o nunca e o jamais.
E nessa entrega fatal e selvagem sentou-se à beira de si e em total encontro consigo mesma, começou a sorrir.
Karla Bardanza
Imagem:The Lovers por Nicoletta Tomas
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