E no princípio
o verbo não sabia me conjugar
e o verbo não estava com nenhum deus
além daquele que enxergava
tão pouco os agonizantes olhos meus.
O verbo não se fez atitude,
nem mansidão.
O verbo não me habitou,
nem foi corpo ou carne.
O verbo nunca, nunca me amou.
E no princípio
só encontrei o final,
a palavra rouca, a voz passiva
da acomodação.
O que não coube na glória,
morreu dentro do coração
e tudo que foi feito por intermédio dele
se desfez porque nada do que foi feito,
realmente se fez.
Karla Bardanza
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Um comentário:
Lindo poema...
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