Quando o amor existe
pelo lado do avesso
é tão triste.
Palavras são escolhidas
com tanto cuidado e receio,
coisas e vontades dormem em
profundezas eternas
entre os seios.
Há tanto
naquilo que insiste
em ser
e nunca é.
E o que se vê
está cada vez
mais fora
de alcance, mais calmo
e assustador.
Assim é o amor
que nada mais espera
e espreita a estrela
como se fosse um sapo
indigno e sonhador.
Todo o desespero
amansa, tudo silencia
com delicadeza
e o que resta no olhar
é apenas piedade
de si mesmo
por ver a estrela
lá no céu e nunca,
nunca conseguir
alcançá-la.
Então,
os olhos vão morrendo
lentamente junto
com o que se cala,
junto com o que se sente.
Karla Bardanza
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