A boca rápida caça a outra,
esmagando o desejo com a
língua, afogando a saliva com
a vida, com a indelicadeza
do querer: enxergo a lua.
As mãos desfrutam o corpo,
amassam os pelos, entram
nos poros, semeando águas,
semeando pétalas abertas
para muito mais: sinto o sol.
Os cabelos embaraçam
junto com as palavras, teias
prendem o prazer na aura e
tudo fica tão iluminado.
O rito profano é tão sagrado.
Ninguém está mais ali, ninguém
sabe como dois pode ser um
quando um está dentro dos dois.
E naquele momento de cristal,
apenas as estrelas chegam bem,
bem depois.
Karla Bardanza
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