Quadro de Lula Mari
Quando eu abrir a janela amanhã
e o céu sussurrar coisas que apenas
os meus ouvidos surdos podem ouvir,
vou pedir mais uns instantes apenas
para lembrar do que me encheu
de eternidades este ano.
Vou olhar para os meus confins
e ver Brunna na pontas dos pés,
dançamdo suavemente, vou sentir
os beijos de Yasmim acordando
o meu coração dorminhoco,
vou ver minha mãe chorando
comigo e a minha irmã do meu lado
no hospital.
E ficarei agradecida,
cheia de paz e vida
porque estou aqui ainda,
porque quem amo está aqui também,
porque mesmo distante ainda quero
o teu bem.
O calendário muda,
os caminhos abrem e fecham,
a estrada continua
e eu sigo, carregando apenas
o necessário para o ano que vem:
esperança e fé.
Todo o resto que seja
como o meu Deus quiser.
Todo o resto que me faça
mais forte, mais leve e mais mulher.
Karla Bardanza
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