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EMBALANDO VULCÕES



Enquanto o meu coração

Não pára de crescer, amarro

Ventos, piso em estrelas,

Guardo luares nas gavetas

Da alma, escrevendo na pele

Todas as lembranças, embalando

Vulcões e bosques calados.



Pergunto-me sempre de quem

É a culpa quando gero mormaços

E abocanho tufões. Não acho

Nunca em que subterrâneo estou

Ou se o esquecimento pode

Machucar as minhas veias.



Afio os tímpanos, mergulho

Junto com as sereias, luto com

A miragem no espelho, chorando,

Sempre de joelhos, sempre

Repartindo-me entre o que já foi

E o agora que insiste em tatuar

Nas asas das aves que morrem

Pelo ar, tudo que jaz intranquilo

E solene no fundo do poço.



Karla Bardanza














































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