Quando eles se deitam
Para sonhar e ela fala para
Que ele olhe enquanto escorrega
Sua mão pagã impiedosamente
Pelo seu sexo cheiroso e cheio de
Ardentes encantos, todos os deuses
Chegam tão mais perto, suspirando,
Nas pontas dos pés, trazendo estrelas
E ambrosia.
A grande poesia morre pela noite,
Invade o quarto como a melhor música
Da alma. Ele ouve atento cada acorde,
Desperto, certo de que há tantos mais
Escondidos e mergulha junto com ela
Em mares bravios, em rios sem fim.
E quando ele pesca pérolas de dentro dela,
Olham-se incessantemente. É um olhar
Que vai para além e é tão bonito e é tão
Assustadoramente suave morrer de olhos
Abertos, vendo tudo que o prazer nunca
Esqueceu de oferecer.
E ali, naquele momento, enlaçados pelas
Curvas do desejo, ela pendura-se mais nele
Para não cair e quando cai é sempre em
Cima de nuvens e espumas, concebendo
A beleza que aprenderam juntos.
E quando cai, ela é algo entre uma flor
E uma pluma, derretendo pétalas, falando
Amor, meu amor...
Karla Bardanza
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