Há um poema
Escondido dentro
De mim. Como um
Mistério sentado no
Meu sofá, ele espera
Calado por redenção.
Há um poema
Escrito nas linhas
Acanhadas da minha
Agenda esquecida
Em cima da cama.
Olho-o com devoção,
Desejando fazer amor
Com todas as palavras
Que ainda deconheço
E que descansam no
Meu colchão.
Posso escutá-lo
Andar pelo meu corpo,
Acho que posso dançar
Com ele: passos sem
Ensaio.
A eterna coreografia
Da completude.
Sinto ele respirar
Dentro de mim.
Sinto seus olhos
Que nunca me viram,
Ler as minhas esquinas
E verdades assustadas.
Há um poema escondido
Na minha escuridão.
Uma revelação, um gosto
Na garganta, um prato
Diferente na janta.
Lambo os dedos enquanto
Penso nele.
Lambuzo-me de prazer.
Há um poema dentro
De mim, um poema
Com sabor de você.
E eu,
Não penso,
Não quero pensar.
E eu,
Vou pelos ares,
Explodo nua
Pelo luar.
Arranhando as costas
Dos planetas,
Sussurrando
Tão atrevida
Enquanto celebro
As pernas abertas
Da vida.
Karla Bardanza
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