Flores aos meus pés,
Pétalas do puro amor.
Despida, caminho com
As mãos cheias de alecrim
E alfazema, atravessando
Todos os campos, o céu
E as estrelas.
Inteira, inteira.
Olho para dentro de mim,
Quartzos rosas curam,
Artemísia e hortelã,
Amanhã a lua nova falará
Comigo: abrigo da Mãe.
(recolha-me outra vez)
Passos quietos pela noite,
Alma nua diante de todas
As constelações, revelações
E mistérios: um cristal é
Apenas luz.
Eu estou comigo mesma,
Inteira, inteira.
Enquanto choro,
Olhando para todos os
Meus corpos, para todo
O universo, refaço
A minha trajetória
Pelo lado negro da lua,
Reescrevendo o que
Jaz na escuridão.
Quando nasci,
Minha mãe me deu
Para a Lua, tinha sete dias,
Pediu que ela cuidasse
De mim como manda
A tradição. Quando nasci,
Minha mãe não viu
O meu coração.
Agora
E sempre
A eterna travessia:
Volto para buscar
O que me faz infinita
Em lírios e poesia.
Estou inteira
Mais uma vez.
Atravesso para o
Outro lado de mim,
Despida com a minha
Passagem de ida.
Não careço de voltar.
Nos braços de Mãe Lua
O meu grande retorno,
Contornos da beleza,
O melhor fim,
Apenas delicadeza.
Karla Bardanza
Um comentário:
Karla,
que poema! emocionante, cheio de luz e aromas.
bj
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