Quase esqueci
Da substância
De que sou feita.
Quase.
As trovoadas precisaram
Rasgar o ceú, a tempestade
Precisou lavar as vidraças:
Vi melhor.
Isso que trazes nas mãos
Para mim é apenas um pedaço
De papel.
Toda a densidade não cabe nestas
Letras, neste instante órfão.
Com as cortinas fechadas, sinto
Melhor.
As sombras povoam a pequena
Imensidão.
Existo para além de meu corpo,
De meus ossos, de meu coração.
Karla Bardanza
2 comentários:
Karla, teu poema ficou lindo. Parabéns.
Karla,
Que te dizer?...contigo fico sem palavras.
Para além do corpo e do tempo...
belo.
bj
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