O poema está no congelador,
Esperando minhas mãos aquecerem.
Está lá perfeito em sua imperfeição,
Conservado no gelo suave que
Prende as alavancas do meu coração,
O poema é apenas os pedaços da tempestade
De neve perdidos no olho do furacão. Vejo
Que todas as consoantes e vogais foram
Espalhadas pelo vento que atravessou a minha
Garganta . Acidentes naturais são tão difíceis
De entender. Hoje, olhei para sol e ele estava
Ficando frio como o poema. Assustei-me, mas
Achei normal o tufão que levou os meus papéis
E emoção. Ele parecia morto. Havia tanta dúvida.
Quando será que o poema irá descongelar?
Enfiei as mãos nos bolsos, procurando por
Alguma coisa que pudesse aquecer a alma:
Apenas encontrei a morte lá. Nada e nada
Consegue trazer o ontem e o seu entendimento
Ultrajante e surdo.
É... o poema permanece frio e o meu pedestal
Continua encantado e glacial. A minha desordem
Sábia está marcada no gelo e eu nada sinto
Imersa neste entorpecimento suave.
O poema está no congelador.
Enquanto ele espera, não consigo
Mexer minhas mãos.
Conservo as metáforas no silêncio
Branco, na paz santa, no descanso
Irreconhecível e sem voz deste momento.
Karla Bardanza
Um comentário:
Karla,
O frio interior que tantas vezes nos cola a alma.
bj
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