Tu e eu
Somos feitos
De tempestade
: nossas chuvas são
Apenas lirismo e toda
A solidão faminta.
Teus graves rituais,
Tuas palavras de mãos dadas
Com os sinônimos, eu sou
Paisagem cansada, tu és
Apenas ânimo.
Debruço para ler
Teu coração sempre inédito
E reatualizado, belo na
Utopia que me renasce
E tomo uns goles de ti,
Brindando a poesia que
Escorre pelos teus olhos.
Tuas serenatas
Quase me eternizam
E me deixam fraca.
Despejas teu coração
E eu tão nublada, chovo.
Tu és a graça
Que não consigo encontrar
Em mim, a ponte enluarada
Suspensa entre a poesia
E o marfim.
Para você,
Guardei pavê e ambrosia,
Todas as letras da fantasia,
Mas quase não sei dar vida
A tudo. Algo em mim
Nasceu mudo.
Então,
Fique comigo
Na ponta do meu iceberg
Ou no olho do melhor
Tufão. Não digas nada.
Apenas segure a minha
Mão.
Karla Bardanza
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