"E se me achar esquisita, respeite também. Até eu fui obrigada a me respeitar."
-Clarice Lispector-
Não sei como fazer as coisas básicas
que toda mulher deve saber.
Não sei ser como toda mulher é.
Não fui preparada para seguir
este destino.
Deve haver algo de errado comigo,
com o meu coração menino de calça
curta.
Eu não sei como ser a mulher idealizada,
a doce amante, a fada, a santa, a isso,
a aquilo.
Eu não sei.
Como é estranho não ser o que deveria
ter sido. Minha mãe sempre me criou
para ir à luta, para guerrear, para desafiar
as estrelas e o universo, para caçar junto
com Diana, para ouvir a lua.
Talvez eu aprenda a ser Afrodite antes
que algo mais me irrite. Talvez eu consiga
prender os meus cabelos e ser mais lady.
Uma leoa mora na minha sombra.
Eu sou esquisita mesmo.
Por que será que sou assim?
Por que será que não consigo
me deixar tiranizar pelos ditames?
Quem não gostar que atire a primeira
pedra ou reclame.
Simone me ensinou que nunca serei
o segundo sexo.
Esta sou eu: estranha, sem nexo,
uma kamikaze enlouquecida, cheia
de altos e baixos e vida.
Karla Bardanza
2 comentários:
Gostei demais!!!!!!!!!!
Intenso, profundo e tão incrivelmente real e actual.
Aplaudo!!!!
Obrigada por deixar o teu carinho aqui.
Beijo grande
Karla Bardanza
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