Não vou falar
dos pequenos arranhões,
dessas fraturas expostas,
do nervo que ainda dói.
Não vou apontar
culpados, nem encontrar culpados,
nem inocentar ninguém.
A cobra está descansando
embaixo da pedra.
Melhor deixá-la dormindo.
Essas coisas que se amontoam
na porta ou dentro do armário,
vivem apenas na escuridão.
Brinquemos com as sombras
pois a luz é fraca demais
para enxergar essa coisa
chamada verdade.
Fiquemos na caverna
perdidos em nossas ilusões.
A claridade pode nos cegar.
Acorrentem as mãos
e os pés.
A gaiola é confortável.
O sono é inevitável.
Ate quando dormiremos
em berço esplêndido?
Karla Bardanza
Copyright © 2011 Karla Bardanza Todos os direitos reservados
Nenhum comentário:
Postar um comentário