O silêncio empresta ao corpo
o momento em branco
como se todas as metáforas
explicassem a vida,
vergando o corpo
diante do sacrifício.
A luz apaga os sonhos
na cama larga:
tudo está pleno
e vazio de sentido.
Escuta-se o nada
imperfeito, a sinfonia
nos acordes da dor
As paredes sofrem
com calma.
Isso não é saudade.
Isso não é angústia.
É algo enorme,
algo maior que devora,
engole e ainda assim
não contém o que a pele
derrama, o que o corpo
implora e reclama.
E quando a hora sucumbe
ao que não pode ser entendido,
a alma fica tão mais pesada
para carregar.
Essa lacuna permanece
assustada, impossível
e quando o corpo
sai da letargia,
a vida está muito
mais pobre,
muito mais
sem adjetivos
ou possibilidades.
Karla Bardanza
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Um comentário:
Que maravilha, Karla!
Tuas palavras mexem lá no âmago...
Bj
Helô
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