Se sou duas,
uma não sou
e se sou,
quem eu sou?
Se sou duas,
nenhuma eu sou
porque sou nada e tudo,
porque sou
quase do tamanho
do nada e do mundo.
E se duas são o nada incompleto
ou mesmo um único nada
no meio de dois infinitos,
o que sentem se sou eu
quem sinto?
E se sinto,
como posso sentir através
de duas almas distantes
todas as coisas
que tornam a poesia
a minha única amante?
E se sinto,
quando eu sou ela,
ela é eu,
e esse
eu é você?
E se você é eu
e eu sou você,
quem somos nós duas
nesta alquimia (im)perfeita
e nua entre a poeta
e a poesia?
Karla Bardanza
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