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ENTRE ASPAS

Quadro de Helene Beland




Sento à beira dessas águas
sem pensar, sem nada dizer,
ouvindo todas as músicas
escondidas nos cabelos do mar,
nas conchas charmosas e livres
e quando abro os olhos,
tudo revive.

Pressinto a vida.
Pressinto milagres assombrados
para aqueles que amadurecem
e  abafam a dor parada no
meio da garganta.
Posso sentir mundos.
Recupero os sentidos
com os pés descalços e molhados:
algo está encantado.

Olhando para mim,
escrevi entre aspas
o tamanho do meu sonho
e, sinceramente,
ele não cabe no depois.
O meu agora tem pressa.


Karla Bardanza






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