Quadro de Agnes Cecile
Coloquo as mãos na cabeça.
Nada mais a fazer.
Nada.
Não penso.
Não sinto.
Não falo.
Calo a noite:
meu coração baterá menos.
Ninguém precisa saber disso.
Essa dor me pertence.
Guardo-a para enterrá-la
amanhã
como se eu pudesse desfazer-me
dela assim com facilidade.
Não posso.
Nunca poderei.
Pelo ao menos que eu possa
sangrar com a dignidade
dos derrotados.
Pelo ao menos.
Nunca poderei.
Pelo ao menos que eu possa
sangrar com a dignidade
dos derrotados.
Pelo ao menos.
Percebo apenas uma coisa:
perdi um pouco mais da minha alma
hoje.
Mais um outro pedaço
que fará falta apenas
para mim,
apenas para mim.
Mais um outro pedaço
que fará falta apenas
para mim,
apenas para mim.
Karla Bardanza
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