Os dedos amargos da saudade
Tocaram a paisagem com um azul
Silencioso e cansado esta manhã.
Uma verdade ignorada abriu uma flor
De cacto e eu me senti confortável
Em meio aos espinhos, sangrei tão
Pouco. A dor está acostumada com
A minha pele medrosa e insensível.
O invisível momento está guardado
Na alegria natural do agreste.
Sem o meu norte, vou para o oeste.
Minha natural seca interior transborda
Em palavra e areia, cada passo que dou,
Não deixo rastro, não deixo nada.
A saudade melhor sempre me faz grão,
Sempre me deixa nas mãos da madrugada.
Karla Bardanza
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