Procuro a terna ferida em vão,
Quase estrangulando essa dor,
Arrastando réptis, falando não,
Mentindo com tanto esplendor
Beijo esse doce e imenso deserto,
Rasgando os olhos e o sentimento,
Matando o que foi quase tão certo
Nas esquinas do sonho e do tempo.
Algo se expande em minha vida,
Mastigando o meu cego infinito,
Desfolhando minha alma ressequida
Que se esconde dentro do grito.
De minha boca sem magia ou mesmo voz,
Apenas o silêncio que se perdeu de mim.
Morri sorrindo nas mãos do meu cego algoz,
Sem entender isso sem início e talvez fim.
E eu que me afundava na tua imensidão,
Já não tenho mais qualquer eternidade.
Furei os olhos, cortei as loucas mãos,
Do que vi, só ficou a fria intensidade.
Karla Bardanza
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