Não sei o que fazer com os meus sonhos.
Eles fogem de mim o tempo todo, correndo
Pelos meus poros e olhos, mãos e lágrimas.
Sempre tento convidá-los para ficar um
Pouco mais. Argumento que a água é potável
Aqui, que eu sou um ser humano com asas
Nos saltos do sapatos, mas eles me ignoram
E saem pelos meus cabelos, joelhos e boca.
Feito louca, tento subir no mais alto de mim
Para capturá-los. Eles pegam o primeiro avião
E lá se vão pelos ares enquanto me perco em
Luares e poemas, tecendo planos que desfaço
À noite quando Penélope salta de meu peito
E chora mais uma vez sem Ulisses, sem amanhã,
Sem os fios do infinito.
Karla Bardanza
Nenhum comentário:
Postar um comentário