Todas as tormentas cabem nos meus
Bolsos.
Desfio meu ego todas as noites no silêncio
Dos meus livros, perdendo pedaços:
Espaços, espaços sem letras.
Na boca, um gosto de chuva, o sal grosso,
As pedras brutas, as lutas sem vencedor.
Não é apenas dor. Não é.
É a perda sem derrota, é a porta fria dos
Acontecimentos mortos, é a coisa singular
Que me deixa mais vunerável.
Fragilidade apenas.
Leio as palavras sem calor. Leio a música
Sem acordes e harmonia.
Algo escorre das páginas sem números,
Das letras sem forma:
A vida está presa dentro da história.
Esqueço os estilhaços pelo chão
E sangro.
Mais uma vez sangro.
Karla Bardanza
Nenhum comentário:
Postar um comentário