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MINHAS ETERNIDADES


Conservo a minha solidão
para aqueles momentos
em que preciso apenas do meu
pequeno êxtase.

Diante da beleza,
sou coração
e se choro,
doem-me as mãos,
verga a minha alma
com o peso do prazer
apenas meu.

O infinito que guardo
nas gavetas de meu cérebro
é para além desta vida,
dessas feridas que já cicatrizaram.

Estou aqui contemplando
o que se apodera de mim
e me esconde
atrás das estrelas:
um livro cheio de entrelinhas,
uma canção que sopra,
um lago cheio de kois e paz,
o mar me chamando.
Diante daquilo que enche
as minhas artérias de sangue
novamente, quero a solidão mansa
e leve
porque o que está aqui
é tão delicado
e
breve.

Sorvo cada gota de emoção
com a boca de luar,
com a cabeça aberta
para o universo
e
quando tudo se dissolve
na hora suave,
sinto-me um pouco
mais eterna.




Karla Bardanza













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