Abriu a gaiola
e soltou todos os pássaros.
Depois voou de casa,
direto para o céu amante.
Quando estava no ápice,
no cume,
desprendeu-se do chão
pela primeira vez
e abraçou o sol
sem voz,
engolindo o prazer
em toda a sua imensidão.
Depois disso,
passou a se olhar
com mais frequência no espelho,
admirando as pernas, os pés
e os joelhos com gratidão:
não precisava mais deles.
Tinha finalmente aprendido
a dar vôos rasantes
para fora de si,
tão fora de si
na busca e descoberta de
universos cada vez mais
distantes.
Karla Bardanza
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