Ele é um pastor de nuvens,
um bobo lúcido, pescando sonhos
aqui e ali, costurando esperança
na sola gasta de seu sapato, enquanto
troca a poesia da vida pelo sentido
sem sentido das coisas que
adormecem perdidas.
Não tenha pena de sua insolência,
de seus olhos cheios de busca
e sóis.
Ele espera por si mesmo sobre
o céu perplexo, desfiando essa coisa
sem graça que se chama de nexo.
A natureza tem um plano guardado
para ele, tem silêncios e mistérios.
As mágoas, ele já perdoou.
A paz rodopia ao redor dele
nas pontas dos pés com graça
e emoção.
Quando ele pousa a sua mão terna
em seu próprio coração, ele pode ressuscitar
flores e palavras.
As pétalas tomam a mente dele
enquanto sua alma desbrocha.
A terra gira devagar,
coisas delicadas espreguiçam-se
timidamente nas linha
do papel, tatuando imagens não sonhadas,
descobrindo mais uma pérola
dentro dele.
Um poeta
é um sujeito deitado
no seu próprio limiar,
fazendo amor com
o intangível.
Um poeta é sempre
um pastor de tudo
que está escondido
no invisível.
Contemple esse ser
que já nasceu embriagado
de metáforas.
Contemple.
Karla Bardanza
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Um comentário:
Muito bom...
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