Quadro de Irena Chrul
O gosto da imortalidade
dissolve delícias na minha boca:
só a poesia me faz companhia
enquanto fico mais egoísta
e faço mais um pouquinho de nada
despreocupadamente.
Descanso a fé, o amor e a esperança
e vivo esse agora cheio de afinidade
com o meu corpo- obscuro objeto
do desejo de alguém-
sendo uma heroína, dançando nua
na memória incomum da sua luxúria.
E eu que pensava que o meu corpo
era só meu, descubro já gozando
que ainda sou, que ainda sei
ser absoluta.
Karla Bardanza
Nenhum comentário:
Postar um comentário