Quadro de Yang Gao
Meus pés adolescentes ainda
afundam nas horas não sábias,
levando-me por alamedas
e cantos cheios de sofreguidão.
Abro o zíper da saia
e as mãos, ensaiando
novos pecados
com fervor,
com nenhum respeito
pelos meus cabelos quase brancos.
E entre um turista e outro,
leio a minha vontade
antes que seja tarde demais
para brincar de ser gente grande.
Não penso.
Escureço com as estrelas,
deixando cair os sapatos
e
a vergonha.
Não quero mais viver
em pausas.
Daqui para frente,
meu nome é eternidade.
Karla Bardanza
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