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CRUEL MISTÉRIO


Língua lambe meus pés
Em passos pela areia.
Pensamentos de mar.
Sou água e sereia...
Afundo em maciez
Perfeita e continuo
A andar...
À beira d’água,
Estou a flutuar...
Entre o céu e o limiar,
Não sou nada.
Apenas uma mulher nublada.
Água, trovão gritando
Dentro de mim.
Raios em meus confins.
E sinto-me cativa desta vida
Que me olha com olhos de abismo.
Dou mais um passo...
Pegadas desmancham
Junto com o passado.
Arrasto-me difusa,
Momento etéreo...
Penso no que sou...
E sei: um cruel mistério.
Karla Bardanza

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