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NA CHUVA


Abri minha janela para a sorte entrar.Escancarei o olhar para o horizonte azul e vi o sol deitar no chão deitar no chão. Vi com olhos de ver sonhos verdejantes de meu mundo real. Vi margaridas e rosas charmosas...Ah! Vi o vento carregar saias e anáguas, vi frutas pousarem em mãos,vi a primavera à minha espera só para enfeitar os meus cabelos com jasmins...E vi imenso jardins carregados de nuvens e de romantismo. Abri minha janela e lá fui eu voar com as borboletas, lá fui eu fazer de meu vestido um para-quedas...E lá de cima do infinito descobri que eu sou tão fácil de ler.Entrelinhas tão minhas, labirinto tão particular, sou minha bússola rumo aonde o meu olhar pode me levar. Às vezes me perco de mim, mas sou assim um sonho aberto ao inconsciente coletivo. Mandalas ao luar, símbolos que qualquer um pode entender e não decifrar, mistério de flor, quero a sorte do amor.
E enquanto eu velejava por cima de tetos, na imensidão do céu banhado de luzes, minha janela sem cortinas aguardava em silêncio à minha volta. Lá dentro uma fada sem varinha de condão semeava o meu coração com poesia e cantigas de ninar.Quando voltei de mim mesma, uma diáfana mão deu-me um outro coração. Agora, acordo entre os passarinhos,sou loba a uivar em luar dourado, sou uma águia dormindo no ninho...Abri minha janela,derrubei meus muros, desarmei minhas torres, saí de meu castelo, deixei minhas portas todas abertas e fiz uma grande descoberta...Não adianta me esconder ou fugir...A vida é o que acontece lá fora enquanto eu fico fingindo ou me protegendo.Quem quiser que me ame como eu sou...E eu sou o que escrevo, sou o que sinto, sou o que penso, sou o que vivo...
Abri minha janela para ouvir o barulho da chuva.Agora, não mais resisto, vou lá fora para me molhar.

Karla Bardanza

Um comentário:

Anônimo disse...
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