E minha sombra não senta mais comigo.
É meu duplo, vivo, aberto para a eternidade.
Vive para além de mim, reconhece-se no infinito.
Grito e ninguém pode me escutar, no espelho
Sou a morte, perdi minha alma.Quem poderá
Encontrar?E se algo é um sopro em mim
É porque estou além do bem e do mal.
Será que morri?Será que a vida pode ter
Sentido agora?Será que fui embora antes
Mesmo de saber do que foi e não mais será?
Olho para o que ainda me alimenta e tudo
Se ausenta de meus sonhos, de meus olhos.
O que sou, sou duplamente.Turva mente,
Uraniana.Tenho critérios de verdade? O que
Me espera?Preciso superar a facticidade.
Minha angústia me reconduz a mim mesma.
O que sou e o que serei como dona de meu
Destino me duplica, me unifica,me faz ir
Adiante, transbordar e transcender.Reconheço
Assim quem sou eu, quem é você.Isto é a
Minha compreensão da vida., do ser e do tempo.
Meu olhar é a minha filosofia escrita no vento.
E a minha sombra é tão limpa e transparente.
Ela está viva e me sente, me sente, me sente.
Karla Bardanza
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