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VIREI A CABEÇA, CAI NA GANDAIA


Virei a cabeça,
Cai na gandaia,
Descalça na praia,
Beijei a areia,
Cantei com a sereia,
Voei para o meu infinito.
Morri num grito
De tanta dor.

Virei a cabeça,
Cai na gandaia,
Vesti minha saia
E sai meio louca,
Meio sã
Por manhãs sem
Fim,
Por noites
Lá dentro de mim.

Virei a cabeça,
Cai na gandaia,
Cortei os cabelos
E pintei de vermelho.
Arrumei desarrumando
As gavetas do passado.
Fiz de meu sofrimento
Meu ritual sagrado.
Quase cresci.
Quase aprendi
A esquecer essa minha
Fome de não sei o quê.

Virei a cabeça,
Cai na gandaia,
Afiei as garras,
Arranhei o amor.
Estou tão mais
Esperta, quase
Diferente se não
Fosse esse constante
Ar ausente.Esse
Rosto tão cheio
De segredos e
Atrevimento.

Virei a cabeça,
Parei de contar
O tempo.
Parei de dizer
Tanto sim.
Vivo a base de não.
Sorrio de vez em
Quando, mas é
Pura ilusão.

Virei a cabeça,
Cai na gandaia.
Quem não gostar
Desse outro eu,
Que cale a boca
E saia.

E sigo em frente,
Cabeça erguida,
Uma mulher em
Chamas.
Uma mulher quase
Cheia de vida
Se não fosse pela
Alma tão nublada,
Pela fala abafada,
Pela dor tão doída
E tão calada.

Karla Bardanza

3 comentários:

Higino disse...

Muito bonito.
Gostei imenso.
e deixo 2 beijinhos

Betha Mendonça disse...

Karlinha, aprecio muito teu trabalho Fico feliz em te dar o Prêmio Dardos que recebi. Passa no meu blog, lê com atenção o post sobre o Prêmio e depois, se for do teu interesse o passes adiante.Bjins, Betha.

Anônimo disse...

Belo poema...Foi um bom achado achar teu blog.