Estou limpa:
Me desinventei,
Rasguei as veias,
Sangrei tão feliz.
Nas mãos,
O destino pulsa,
(des)caminhos absolutos,
Crimes roucos e dissolutos.
Já não olho para dentro
Do armário, já não procuro
O passado nas gavetas
Cansadas.
Completei todos os vazios,
Atravessei todas as margens,
Todos os rios, sosseguei.
A correnteza me leva docemente.
Indecente descanso,
Manso olhar para o além:
Estou acima do mal
Estou acima do bem.
Abrir as mãos
Tem gosto de sal.
Karla Bardanza
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