Quadro de Natalie Shau
Guardo milhares de metáforas
em meus cabelos.
Elas estão presas pelos fios tênues
do meu nada.
(sou sempre melhor quando esvazio-me de mim
em minhas próprias liturgias)
Olho por cima dos ombros
e os sonhos falam uma língua que preciso decifrar.
Eles chamam o que não há mais no meio
dos meus olhos,
eles dançam na serpente que trago
no fim de mim.
Quando meus pensamentos esbarram na eternidade,
é sempre tarde para eu ser o que deveria.
Ponho as mãos no rosto
e sou apenas uma mulher.
(eis ai o mistério da fé)
Uma mulher como outra qualquer.
Karla Bardanza
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