Quadro de Yoko Tanji
Não quero mapas,
rotas, cadeados
ou coleiras.
Pertenço as coisas
que me arrastam
e afogam
de prazer.
Nasci
para me abandonar
nas águas abissais
das palavras.
Deve ser por
isso que a
minha caligrafia
só entende
de estrelas.
e a minha sintaxe
ateou fogo
a minha existência.
Quando me deito,
o meu corpo
é apenas uma
desinência escondida
no norte ou talvez,
a oeste de mim.
Amanhã
quando eu acordar,
tudo vai ter gosto
de sal e sul.
E não há bússola
que dê conta
do meu leste,
nem de todos
os meus pontos
cardeais.
Porque por onde sigo,
sei em
que (des)caminhos
estão
os meus inícios
e até os meus finais.
Karla Bardanza
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