Quadro de Juan Medina
Essa luz precária,
habitante esquecida dos teus olhos,
apenas eu posso ainda ver.
Por que insisto
em olhar-te
quando cobres o teu peito
com as asas nas horas duvidosas?
É quase insuportável
quando a esperança
procura o meu coração
e eu a empurro para baixo
dos teus pneus,
para um deus que desconheço
o nome nas noites
sem chão.
Se eu pudesse viver
todo esse delírio,
se eu pudesse
tocar o que some
dentro do coração...
De ti,
tenho a vertigem,
o descuido,
a vontade insensata
de olhos sempre azuis,
o medo que flui
quando estou quase lá
e volto
perguntando-te:
"e depois?"
Mas depois do depois
nada mais há:
nem eu,
nem você,
nem o que foi de nós dois.
Karla Bardanza
Um comentário:
Bom dia amiga!
Ah se eu pudesse tantas coisas.Simplesmente lindo seu poema.
Grande abraço
se cuida
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