Quadro de Paul Bond
Pago o preço
da liberdade
em suaves prestações
a perder de vista.
Nós, grilhões,
correntes, gaiolas
são palavras mofadas.
Nasci com a boca
cheia de ousadias,
nasci esquisita,
aflita para seguir
em frente.
Não tenho asas,
tenho é sede
de coisas maiores
do que o infinito.
Tenho é vontade desgovernadas.
É assustador ser eu mesma.
Apenas a minha alforria
não me basta.
Careço de ver
outros pássaros no céu,
careço de coisas
(des)necessárias
como poesia e pão.
Minhas mãos
não são macias,
nem a minha voz é suave.
Minha alma é grave
e graves são os meus erros.
Nunca ajoelhei implorando
perdão.
(E você
nunca viu
que mesmo livre,
sempre estive em tuas mãos)
Pago o preço
de não saber ser
o que deveria.
Não crio rugas,
nem fico sem dormir por isso.
Quem quiser que me cuspa
se conseguir me engolir
porque eu...ah!
eu sou assim:
honestamente sempre eu mesma.
Karla Bardanza
Um comentário:
Bom dia!
Adorei seu poema me identifiquei nele, e posto aqui um que escrevi.
Grande abraço
se cuida
Sou
Sou o espaço que existe
Entre eu e você.
Sou a loucura impensada.
A voz embargada.
A vontade de ter.
Sou pedaço de mim.
Migalhas do tempo.
Sou aquilo que existe.
No instante qualquer.
Sou a emoção do momento.
Uma figura borrada.
Sou aquela que um dia.
Fugiu dos sentimentos.
E se evadiu do mundo.
Sou eu apenas.
Que surge do nada.
Na mesma estrada.
Que um dia se perdeu.
Maristela Guedes
Postar um comentário