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FECHEMOS OS OLHOS ENTÃO

O corpo nada em sons:
palavras dilatam, expandem o mel, 
aguçam o fio
que corta os minutos das horas.

Unhas arranham a parede corrompida,
suja de vida, suja de acontecimentos
e
ela goza devagar
com vontade de ser ela mesma,
de ser uma rocha,
de ser um mar
dividido por rios,
risos, isso.

I beg your pardon,
 é só olhar a castidade
daqueles olhos,
daquela boca impura
daquela cena sem culpa.
O mundo arrebenta.

Ele contempla
vastidões
e é abissal
porque
ela desperta tudo que é vintage
naquela pele ultrajada.
Fechemos os olhos então
pois
a tarde deitada, arreganha as pernas
sem nenhuma delicadeza ou poesia.

Que assim seja!


Karla Bardanza




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