E depois do caos, a crisálida.
Em seu envelope protetor,
ela aguarda e guarda
todo o medo, toda a dor.
O passado atroz,o algoz,
um desiludido nós.
Ali no seu total mistério
em transição,
renuncia ao seu
próprio coração.
Esta gestando a si mesma.
Fase de redescoberta.
Aberta ao seu cheiro,
ao seu gosto,a sua beleza,
ao seu novo rosto.
Ela é autoconhecimento
em progresso.
Precisa de cuidados,
mas aprendeu a solidão.
Precisa de promessas,
mas teme a indecisão.
Dentro da crisálida,desespera.
Um futuro imprevisível a espera.
Na potencialidade do ser,
de um novo devir,
pensa em fugir...
Subitamente,luz arrebenta
sua pele ressequida...
De asas abertas,admira atrevida
o que já é - uma nova mulher...
E ela voa acima dos danos,
dos desenganos,dos anos perdidos
em que foi dedicação...
E num encanto obsceno,a borboleta
é a criatura de sua bela criação...
Karla Bardanza
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