Cansa-me ser e ser.
Acordo o espelho
Com os meus olhos saturados
De vulgares emoções
Enquanto dentro busco
A palavra escondida,
O desejo cru e voraz
Que traz a vida para as
Minhas veias disformes:
Rios sem sangue.
Cansa-me essa cisão,
Fraturas, cacos no chão
Da alma.
Pedaços disfarçados de
Mim.
O que foi e nunca foi
E talvez nunca possa ser.
Cansa-me ver.
Vejo todos os rastros
No tempo.
Vejo e canso desse
Descanso perto do abismo:
Profundezas sedutoras.
Algo sabe o meu nome.
Algo tem fome de vida.
Há eternidades caladas
Dentro de mim.
Por que apenas consigo
Ver as feridas?
Karla Bardanza
Nenhum comentário:
Postar um comentário