Os laços que me dei
Entre o momento
E a vida não desatam
No tempo.
E eu que fiz de teu olhar
Meu chão de céu, não
Mais tenho agasalho
Ou mesmo véu.
Já nem mais me acho
Onde deixei meu abraço,
E estes laços que me
Fazem cativa de tua
Boca ou vida e eram
Meu sol e contentamento
São apenas memórias
Perdidas no vento.
E ainda que este fio
Tênue esteja cortado,
Ainda não me movo.
Olho sempre para
O que de mim ficou.
Se por momentos, esqueço,
Lembro do começo
E aquilo que ainda existe,
Traz minha alma à deriva.
E eu que um dia pensei-me viva.
Agora sou o sono e a mágoa,
Sou a água que não cessa
De ser correnteza a levar.
Sou o intervalo entre
O amor e o (des)amar.
Karla Badanza
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