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ANESTESIA



Deito com uma boca
que pesquei na lua
sem nome e arrisco
a alma com vontade.

O que não mata,
não arde.

Faço dos ouvidos
surdos motivos para
menos ouvir.
Minto para você e
um pouco pra mim.
Deixo o telefone
cansar.
Minha noite ganha
quase um pouco.

E bem depois do
fato consumado,
sinto-me em solo
sagrado, pensando
que fui além.

Anestesia amiga,
durmo com ela,
durmo sem dormir,
melhor que seja agora,
antes das palavras
que mais nada dizem,
antes da escuridade.

Na veia, tudo mais
uma vez. A dor sem dor,
os sentidos torpes desse
amor que vive debaixo
de meus olhos.

Amanhã
quando eu acordar,
a desculpa sem culpa,
a verdade tonta
para quem quiser.

Quero mais uma vez
essa anestesia que
tem nome de
mulher





Karla Bardanza



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