Luiz Gustavo Martins
Primeiro me disseram
que tudo ia ser lindo, mágico, sensacional
e eu acreditei.
Fui para a escola
e a Ditadura aniquilou
a ( minha) História.
Fui caminhando
com as mãos vazias
e os olhos sem solução.
Fui fingindo
que poderia sobreviver
a todas as matérias criadas
para nos tornar melhores cidadãos:
OSPB,
EMC,
e finalmente,
EPB na faculdade.
Discutíamos e discutíamos
os mesmos problemas que ainda estão por aqui.
Um dia,
sai às ruas com as amigas da faculdade,
pedindo Diretas Já.
Pensei que estava fazendo a História
e que ela nunca iria me fazer.
Como não sabia fazer nada
(ou podia)
de acordo com George Bernad Shaw,
(ou podia)
de acordo com George Bernad Shaw,
resolvir ensinar:
estou ou sou professora
Dúvida atroz!
Continuo perguntando quem será
o cara.
Continuo achando que ainda não sei
quem sou, tampouco, a qual raça pertenço.
Sou uma coisa estranha,
esprimida entre o radicalismo
e a dúvida.
___________________________________________________
Um dia me disseram
que tudo ia mudar.
Quem mudou primeiro fui eu.
Fiquei responsável e prática,
chata e medrosa,
eu morri.
E o pior é que faço lavagem cerebral todo dia
em alguém para torná-lo melhor
como se eu pudesse fazer isso mesmo
pela nação,
pelo bem comum.
Mas todo mundo
é apenas mais um.
Agora está tarde demais
para tirar essa máscara cínica
de mulher respeitável,
de pessoa idônea.
Se alguém puder se salvar disso,
salve-se já.
É chato demais ser lógico.
É chato demais ser gente grande.
Karla Bardanza
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