Percorri um deserto longo em mim,
Passos lentos, areias do tempo.
Apenas a lua teve o privilégio do meu
Abandono quando encostei meu rosto
No céu e procurei o teu olhar de estrela
Uma vez mais, te amando tanto, tanto.
Ouvi o silêncio dela, abraçando
Toda a tua inexistência, todo o perfume
Que ainda está em minhas mãos de hortelã.
Senti. Senti tudo que ainda me paralisa e
Redime talvez hoje menos do que amanhã.
Senti todas as cores acordando em Vênus,
Ouvi o coração impetuoso de Marte.
O amor é uma arte: a arte de acender as flores
Com todos os matizes da delicadeza.
A lua se abriu e o meu corpo foi ainda teu.
A eternidade me deixa livre e silenciosa.
Transbordo nesta lua dos amantes, transbordo
E o amor é diamante calado no canto de mim.
Pedaços de nós deságuam no meu desejo,
A noite dorme, o orvalho me beija.
Ouço as nuvens, ouço a tua voz
E o encanto ainda tem o teu nome.
Apenas te amo,
Apenas te amo enquanto a lua
Deita-se entre nós.
Karla Bardanza
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