Na palavra ainda não dita,
No deserto calado desse
Momento único.
Encosto minha cabeça
No teu peito tão meu
Para ouvir algum deus
Suspirar dentro de ti.
Escuto o mar batendo
Contra as rochas e me
Arrastando para as tuas
Profundezas, para todos
Os tesouros enterrados
Em tua alma.
Mergulho em teus abismos
Com tanta delicadeza.
E vou para toda a escuridão
Que me aconchega.
Escondo-me em teus perigos.
Acustomo-me a eles.
Aceito o abrigo que o destino
Escolheu para mim.
Sou eu a espuma jogada
Em tuas encostas.
Sou eu aquele líquen
Dormindo em tuas mãos.
Sou eu todo o teu oceano
E infinito.
Estranho que não vejas
Que eu estou aqui.
Estranho que não entendas
A dor que sinto
Quando nada tenho desses
Dias sem paz
Além da poesia
Que desmorre
Quando te amo
Mais.
Karla Bardanza
Nenhum comentário:
Postar um comentário