Essa beleza sossegada
que trago na bainha
do vestido foi costurada
sem pressa.
Alinhavei as dúvidas,
sentada de frente para
a lua, com a boca nua
de palavras, com os
olhos deitados nas
estrelas.
Existo para além.
O tempo dissolve os laços
da saia amassada, os botões
presos ao pensamento. Abro
o sutian, amanhã será apenas
eu e eu mesma e os meus seios
enfrentando os perigos desses
fios, dessas linhas frágeis
que insistem em arrematar
a eternidade.
Traço novos moldes que cabem
o horizonte, me visto de
vontade e ousadia, me dispo
desses andrajos:
restos de fantasia.
Reajo.
Reajo.
Karla Bardanza
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