Seja bem-vindo. Hoje é

DESERTO(S) POR ENQUANTO


Porque a coisa

Em si é apenas

Coisa e nome

Já não tem.



Porque a rosa

Está confortável

Em meio aos

Espinhos.



Porque isso

É um fim

Enquanto.



O regresso parte.

A eternidade dura

Até o próximo

Suspiro antes

Do enterro.



Acabou-se.



Desterro.



Lugar inóspito.

Plantas sem

Flor e fruto.

Desertificação.



Nômade sentir.

Mudanças que

Tiram a roupa

A sombra

Dos cactos.



Artimanhas para

Sobreviver.

Dentro da planta

Sem simpatia,

A água necessária

Para escrever

O que nada sem

Tem além da poesia.



O que vale sempre é

A última gota escondida

No leito seco à espera.



A espera.



Karla Bardanza















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