Ela ronrona,
Se esfregando
Nas cadeiras,
Nas pernas de
Seu dono
Com tanta
Obediênica
E satisfação.
Incauto,
Ele estremece
Vendo ela
Em total acordo
Com a gravidade,
Padecendo tão
Menino, tão
Voyeur.
Ela quer.
A paisagem
Pinta formas
Silenciosas.
Ele a aprecia
Afianhando
As unhas,
Lambendo
O céu.
Ela pinga mal
Ela pinga mel.
Só ela conhece
Todas as doces
Atrocidades que
Lhe fazem tão bem.
Só ela também.
Tão além
Vai o mestre
Tão além
Vai a escrava
De joelhos
No espelho
A grande surpresa:
Na coleira,
O abandono.
E não há mais
Mestre, nem senhor,
Nem dono.
E ela...
E ela...
Karla Bardanza
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