Olho sem fé para o céu indeciso,
Pleno de alguma coisa vã e fria.
De joelhos nessa chuva de granizo
Que esfacela a tua culposa poesia.
A pedra bruta de tuas toscas linhas,
Escondem verdades para outro bem.
Palavras que não são sós, nem minhas,
São poucas, roucas, engasgam também.
Degluto-as calada e sem perspectiva,
Exorcizando os meus demônios feios
Que nadam na chaga estranha e viva.
E morrem a margem dos meus seios.
Tudo se perde sem paz e alternativa
Quando nada justifica os teus meios.
Karla Bardanza
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