No suor das palavras,
O poeta labuta, luta
Com as imagens assustadas,
Envelhece em cada linha.
Pára, volta, rabisca,
Sente as dores do parto,
Desfazendo a hora que
Procura a libertação.
Pouco a pouco,
A fêmea se contorce.
Está pronta para parir.
Num grito que perfura
Todas as metáforas e
Abocanha o tempo,
Nasce o poema.
Ele é parte do nosso corpo,
É a extensão maior da alma.
Olhamos para ele, procurando
As diferenças e encontramos
Todo o esforço e sangue
Derramado.
Com o peito
Cheio de algo que não tem
Definição, admiramos o
Mais novo rebento dormindo
Em nossas mãos.
Karla Bardanza
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